Quadradinhos bordados pelo Ateliê de Tecelagem “Hermantina Drummond” da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) estão participando de uma exposição itinerante que vai acontecer em 14 países.
A iniciativa faz parte do projeto Cartografias Têxteis, da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual (APECV), de Portugal, que promove ações participativas a partir de histórias contadas por meio da arte e do design têxtil.
Após uma pesquisa de campo realizada em Araxá pelo Programa Interfaces Entre Artes, Ciências & Matemática da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), o Ateliê de Tecelagem foi convidado para participar da exposição Mãe Terra, promovida em conjunto com o coletivo São Paulo – Minas Gerais, do Laboratório de Corpo e Arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Durante encontros realizados em junho no jardim do Museu Calmon Barreto e Memorial de Araxá, tecelãs da fundação e pessoas da comunidade realizaram a confecção de bordados em quadradinhos feitos no tear, no formato 10cm x 10cm, que buscaram representar elementos da natureza.
Abertura oficial
A abertura oficial da exposição foi realizada na última quarta-feira (26), no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, em Uberaba, e contou com a presença da presidente da FCCB, Cynthia Verçosa, e da coordenadora do Ateliê de Tecelagem, Adelina Rezende de Menezes, que participou de uma mesa de conversa e relatou como é realizada a produção de peças no tear mineiro em Araxá.
“O tear é uma técnica milenar e, com essa parceria, estamos dando visibilidade para que o mundo saiba que em Araxá preservamos este ofício e contribuímos para promover a sustentabilidade. Quando damos abertura para a pesquisa de uma universidade e temos a possibilidade que o nosso trabalho seja apresentado a várias pessoas no mundo, prolongamos sua preservação e damos um valor científico a ele”, avalia Adelina.
Exposição Mãe Terra
Os quadradinhos de Araxá se uniram na exposição a outros produzidos por vários Estados do Brasil. De acordo com o coordenador do Programa Interfaces Entre Artes, Ciências & Matemática da UFTM, Alberto Luiz Pereira da Costa, a participação da Fundação Cultural Calmon Barreto é um diferencial dentro do projeto.
“A fundação tem um diferencial que é o de trabalhar com a tecelagem, uma técnica de importância significativa na região do Triângulo Mineiro. A união da tecelagem com o bordado manual foi uma iniciativa inédita na atuação dos coletivos do Brasil e demonstra a singularidade, estampando um patrimônio imaterial regional”, destaca.
Para a presidente da FCCB, Cynthia Verçosa, o convite para que Araxá participe de uma exposição internacional representa o reconhecimento do tear mineiro, além da união de forças em ações propositivas em prol de questões ambientais e sociais.
“Esta faz com que nosso trabalho ganhe notoriedade e contribua para que a arte, enquanto parte de um coletivo, seja um estímulo para reflexão de vários problemas da sociedade”, diz.
Além do Brasil, dentre os países que receberão a exposição Cartografias Têxteis: Mãe Terra estão: México, Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Egito, Alemanha, Namíbia, Espanha e Portugal.
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